A Finep está participando da 1st BRICS STI Framework Programme Innovation Call 2025, uma chamada multilateral de inovação que reúne agências de fomento de Brasil, China, Egito, Índia, Irã, Rússia e África do Sul.
A chamada está aberta até 3 de dezembro de 2025, às 15h no horário de Moscou, após prorrogação do prazo original. Os projetos selecionados terão duração de até três anos, com início previsto para o segundo trimestre de 2026.
Para empresas brasileiras inovadoras, esta é uma oportunidade de financiar parte do desenvolvimento tecnológico com recursos públicos nacionais, ao mesmo tempo em que se conectam a empresas e instituições de outros países do BRICS.
O que é a chamada BRICS STI Innovation Call 2025
A chamada faz parte do BRICS STI Framework Programme, iniciativa criada para promover cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação entre os países do bloco.
O foco específico desta ação é apoiar projetos multinacionais de inovação que já possuam tecnologia validada em laboratório ou em ambiente relevante e que precisem avançar em direção ao mercado. A chamada prioriza projetos que trabalhem:
- maturação tecnológica e validação em contexto mais próximo do uso real
- desenho e teste de modelos de negócio
- preparação para comercialização e entrada em mercado nos países parceiros
Não há restrição temática central no edital internacional. Cada agência nacional pode ter regras próprias de elegibilidade, mas o programa foi desenhado em abordagem bottom up, ou seja, aberto a diferentes áreas, desde que o projeto seja claramente voltado à inovação com potencial de impacto tecnológico, econômico ou social.
Como funciona o financiamento
Um ponto chave da chamada é o modelo de financiamento:
- cada organização de fomento financia apenas as instituições do seu próprio país
- o consórcio é avaliado em conjunto, mas os contratos e regras de uso de recursos seguem as normas de cada agência nacional.
No caso do Brasil, a Finep e o CNPq participam como instituições financiadoras dentro do BRICS STI Framework Programme.
Isso significa que empresas brasileiras não concorrem por um “bolo” único internacional, e sim por recursos disponibilizados pela Finep e pelo CNPq para a parte brasileira do projeto. Em paralelo, os parceiros estrangeiros buscam apoio junto às agências dos seus países.
Do ponto de vista estratégico, isso reduz risco de câmbio, organiza melhor o fluxo financeiro e aumenta a previsibilidade para a empresa, que trata diretamente com uma agência que conhece o ambiente regulatório brasileiro.
Requisitos básicos de consórcio
Cada proposta precisa ser apresentada por um consórcio internacional. Os requisitos mínimos são:
- participação de parceiros de pelo menos dois países do BRICS com pedido de financiamento em suas respectivas agências
- definição de um coordenador de projeto, responsável pelo envio da proposta conjunta
- apresentação de um Joint Application Form (JAF) em inglês por meio do sistema BRICS AMS, além das propostas nacionais enviadas a cada agência participante.
Na prática, a empresa brasileira precisa:
- Identificar parceiros em pelo menos um outro país do BRICS
- Alinhar objetivos técnicos, plano de trabalho e modelo de negócio
- Concordar sobre quem será o coordenador do consórcio
- Submeter a proposta conjunta no sistema BRICS e, ao mesmo tempo, a componente nacional junto à Finep ou ao CNPq
Projetos que não cumprirem simultaneamente o envio do JAF e das componentes nacionais são considerados inelegíveis.
Que tipo de projeto faz sentido para esta chamada
A avaliação leva em conta critérios que combinam conteúdo técnico e lógica de mercado, como:
- Excelência técnica e relevância da proposta
- Estratégia de ida ao mercado e clareza de proposta de valor
- Consistência das projeções financeiras
- Solidez da gestão do projeto e do plano de trabalho
- Impactos esperados, incluindo efeitos tecnológicos, econômicos e sociais
Em termos práticos, tendem a se encaixar bem projetos de empresas que:
- Já desenvolveram um protótipo ou prova de conceito em nível de laboratório ou ambiente relevante
- Precisam validar a tecnologia em contextos mais próximos do uso real em mais de um país
- Veem valor em operar desde o início com um modelo de negócio pensado para múltiplos mercados do BRICS
Exemplos de empresas brasileiras que podem se beneficiar
Alguns perfis que podem encontrar encaixe direto na chamada:
- Empresas de tecnologia industrial e manufatura avançada que desenvolvem sensores, sistemas de automação, robótica, visão computacional, equipamentos inteligentes ou soluções de indústria 4.0 e querem testar a tecnologia em plantas industriais de parceiros na Índia, China ou África do Sul.
- Negócios de saúde digital, dispositivos médicos ou biotecnologia que já passaram por validações iniciais e precisam avançar na certificação, escalabilidade e modelo de negócio em mais de um país, construindo desde cedo uma lógica regulatória e comercial multipaís.
- Empresas de clima, energia e ambiente com soluções em gestão de energia, redes inteligentes, monitoramento ambiental, tratamento de água ou resíduos que possam ser testadas em contextos urbanos ou industriais distintos dentro do BRICS.
- Plataformas digitais e soluções de dados em áreas como agritech, fintech, govtech, logtech, edtech ou segurança cibernética que já funcionam no Brasil e têm aderência a problemas comuns em outros países do BRICS, como inclusão financeira, produtividade agrícola, logística urbana ou gestão de serviços públicos.
- Empresas ligadas à bioeconomia e materiais avançados que desenvolvem formulações, novos materiais, biopolímeros ou insumos de base biológica e enxergam sinergias com cadeias produtivas na Índia, China ou África do Sul, por exemplo.
Em todos esses casos, o diferencial da chamada não é apenas o recurso financeiro, mas a chance de estruturar a internacionalização da tecnologia desde o estágio de desenvolvimento, com parceiros que compartilham o risco e ajudam a abrir portas em seus mercados.
Como a Captare pode apoiar empresas interessadas
Participar de uma chamada multilateral exige coordenação fina entre parceiros, entendimento das regras internacionais e nacionais e capacidade de transformar intenções em um plano claro e executável.
A Captare pode apoiar sua empresa em frentes como:
- Definição do posicionamento do projeto dentro dos critérios de inovação e de mercado da chamada
- Apoio na estruturação do consórcio, ajudando a organizar documentos, entregas e responsabilidades entre os parceiros dos diferentes países
- Elaboração do projeto e alinhamento com o Joint Application Form em inglês, garantindo consistência entre o que é enviado ao BRICS e à Finep
Para empresas que já possuem tecnologia validada e planos de crescer para outros países, a BRICS STI Innovation Call 2025 é uma oportunidade rara de combinar inovação, internacionalização e financiamento público coordenado.
Se você vê espaço para levar sua solução a outros mercados do BRICS com apoio da Finep, vale avaliar com cuidado essa chamada e estruturar um projeto competitivo antes do prazo final de 3 de dezembro de 2025. Entre em contato conosco pelo WhatsApp (99) 9 98491 7204 ou pelo email [email protected]
